O total de pneus recolhidos pelo SGPU em 2020 atingiu as 82.646 toneladas, das quais 74.515 toneladas foram encaminhadas para valorização e 8.131 toneladas foram processados a nível da prevenção, através do serviço de recauchutagem de pneus de clientes dos recauchutadores, bem como de pneus recauchutados a nível nacional de pneus com origem fora do país. (Gráfico 1)
Relativamente à reciclagem dos pneus usados, verificou-se que 44.581 toneladas tiveram encaminhamento para instalações de operadores que prosseguem esse destino. Esta operação de gestão de resíduos teve a maior expressão face à valorização energética e à recauchutagem. Com reduzida representatividade (1,0%), verificou-se o encaminhamento para destinos de reutilização meio piso e outras formas de valorização material.
O processo de reciclagem realizado em Portugal apresenta como produtos finais o pó e o granulado de borracha, o aço e o têxtil. O aço é vendido a empresas que processam metais (reciclagem) e o têxtil é passível de valorização energética.
Quanto ao granulado de borracha, como já foi referido anteriormente, esse tem muitas aplicações, das quais destacámos a sua utilização em relvados sintéticos, com todas as vantagens reconhecidas para o ambiente, economia e segurança. Mas o seu potencial não se fica por aqui. Este produto pode também ser aplicado em pavimentos diversos, nas indústrias de isolamentos e da borracha e nas misturas betuminosas com borracha.
Segundo dados da Valorpneu, em 2020, o pó e granulado de borracha continuaram a ser os produtos mais representativo em termos dos pneus transformados, com 63,4%, enquanto o aço e o têxtil representaram 20,8% e 15,7%, respetivamente. Os resíduos de borracha provenientes do processo industrial apresentam uma expressão muito reduzida de 0,2 por cento.
No ano passado foram aplicadas, pelos recicladores nacionais, 29.460 toneladas de pó e granulado de borracha, sendo que 45,5% deste material foi utilizado na produção de pavimentos diversos (45,5%). (Gráfico 2)
Relativamente ao destino geográfico, os destinos nacionais tiveram maior representatividade, sendo que 56,8% do pó e granulado de borracha foi utilizado em Portugal. Este facto pode estar associado não só aos investimentos desenvolvidos pelo sector da reciclagem para aumentar a capacidade e eficiência dos seus produtos, mas também pelo confinamento e fecho de fronteiras decorrentes de medidas tomadas de combate à situação pandémica. (Gráfico 3)