A Valorpneu conta, atualmente, com 38 Centros de Recolha (CR) no território continental, para além dos 9 Centros de Recolha existentes nas regiões autónomas. Estes operadores realizam a armazenagem e triagem preliminares de pneus usados que, presentemente, no continente não estão sujeitas a licenciamento, uma vez que somente está previsto licenciamento para as atividades de tratamento de resíduos.
A entidade gestora do fluxo de pneus usados tem procurado clarificar junto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e dos próprios Centros de Recolha as obrigações a cumprir por estes operadores, dado que as licenças que existiam até à aprovação do RGGR em vigor, caducaram com a entrada em vigor deste, devendo os CR passar a reger-se pelas Normas Técnicas presentemente em vigor.
As Normas Técnicas para CR, neste caso operados pela Valorpneu, foram publicadas em abril de 2022 e em janeiro de 2023 a Algarbritas foi o primeiro centro, no âmbito do enquadramento em vigor, a integrar a rede de recolha de pneus usados.
A “e-Valorpneu” foi conhecer este o novo membro da família Valorpneu e falou com o seu responsável, o Eng. Filipe Bispo.
Integraram a rede de recolha de pneus usados no início de 2023, como estreantes na área dos resíduos, o que motivou a vossa entrada nesta área de negócio?
Os resíduos são uma área de negócios que a Algarbritas pretendia integrar desde 2021 nas suas atividades, principalmente a associada aos agregados reciclados. A crescente procura destes produtos, foi determinante para a tomada de decisão de avançar com o investimento necessário para a produção destes materiais, o qual ocorrerá no início do próximo ano. Particularmente os pneus foram o “pontapé de saída” para este novo desafio.
Como tem sido esta nova experiência de CR integrado na rede de recolha de pneus usados e como está a correr a relação com a Valorpneu, com os detentores de pneus usados e com as entidades públicas?
O convite da Valorpneu para integrarmos a sua rede de Centros de Recolha, foi considerada como uma excelente oportunidade para testarmos este modelo de negócio, para além de servir de resposta às necessidades que existiam à data no Sotavento Algarvio.
O apoio inicial do Município de São Brás de Alportel, e a empatia criada com os responsáveis da Valorpneu, foram o ponto de partida para a criação do Centro de Recolha na Algarbritas.
O modelo de recepção de pneus com os detentores de pneus usados, com recurso a marcações, tem funcionado muito bem, evitando tempos de espera e aglomeração das entregas nos mesmos horários.
Ao fazerem parte deste sistema, estão a contribuir para uma economia circular e promoção da sustentabilidade no país. Quais são as vossas previsões para o futuro da área de gestão dos resíduos em Portugal?
Sendo a sustentabilidade uma preocupação da Algarbritas, logo em meados de 2023, optámos por contribuir positivamente para a economia circular, procedendo à triagem dos pneus usados, os quais têm como destino os mercados de Reutilização/Meio Piso e à Recauchutagem.
Na área da gestão de resíduos, a empresa está apostada em complementar a sua principal atividade de produção de agregados com a triagem de RCD’s, produzindo desta forma agregados reciclados, que poderão ter como destino os mercados de obras públicas ou ainda servir para a recuperação paisagística da nossa pedreira.
A gestão dos resíduos gerados são uma preocupação diária intimamente ligada às actividades que desenvolvemos, procurando a Algarbritas de uma forma responsável reduzir os impactes ambientais criados.
Outros modelos de negócio relacionadas com a gestão de resíduos serão no futuro equacionadas, sempre com o objetivo de contribuir para a economia circular, sustentabilidade do país e melhoria do meio ambiente.
A gestão de resíduos é cada vez mais inevitável, num futuro onde cada vez mais os recursos são escassos e dispendiosos, pelo que é uma aposta que fazemos com muito sentido de responsabilidade.