No âmbito do 15º Encontro Valorpneu, que decorreu em Monsaraz em 2017, e com o objetivo de reduzir a marca deixada no Ambiente pela realização do evento, a entidade gestora apoiou uma ação de exterminação do mexilhão-zebra na barragem do Alqueva, organizada pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA).
Em 2019, foi num desses cabos de deteção precoce que foi encontrado o primeiro surto de mexilhão-zebra em Portugal, permitindo um ataque enérgico da EDIA contra esta espécie invasora, tendo a mesma sido eliminada até aos dias de hoje.
O mexilhão-zebra é um pequeno bivalve de água doce, capaz de colonizar outros organismos nativos, mas também o interior de tubagens, cascos, motores, comportas e um conjunto variado de estruturas hidráulicas, tendo sido considerada uma das piores espécies invasoras deste século, implicando custos milionários no controlo da espécie ou substituição de equipamentos.
O mexilhão-zebra, presente no Este de Espanha desde 2001, pode viajar entre bacias hidrográficas, dissimulado em equipamentos humanos, como barcos, atrelados e outros equipamentos que estivessem em contacto com água já colonizada. A melhor forma de o controlar e combater é a deteção precoce, ou seja, detetar a espécie na primeira fase de colonização, antes que a espécie se instale no ecossistema.
Segundo relatos das autoridades espanholas, a espécie foi detetada casualmente nalguns locais pela presença em cabos (cordas) submersas. Este relato foi utilizado pela EDIA para criar um sistema de deteção precoce de mexilhão-zebra, composto por dezenas de cabos dispersos em locais chave do Empreendimento de Alqueva.
Apesar do esforço envolvido neste grande feito ser maioritariamente da EDIA, importa ressaltar que a Valorpneu deu também o seu contributo abnegado.